Aprende sempre com reserva.
Toda uma vida não basta para desaprender o que ingénuo, submisso, deixaste entrar na tua cabeça — inocente! — sem medir as consequências.
Com os teus defeitos, nada de pressas. Não tenhas a leviandade de os corrigir.
Que irás colocar no seu lugar?
Guarda a tua má memória. Ela tem a sua razão de ser, sem dúvida.
Guarda intacta a tua fraqueza. Não procures adquirir forças, sobretudo essas que não são para ti, que não te são destinadas, das quais a natureza te preservou, preparando-te para outra coisa.
Falta de sol, aprende a amadurecer no gelo.
Se traças um caminho, atenção, terás dificuldades em regressar à vastidão.
Num país sem água, que fazer da sede?
Orgulho.
Se o povo for capaz disso.
Esquiador no fundo de um poço.
O sábio transforma a sua cólera de tal maneira que ninguém a reconhece. Mas ele, sendo sábio, reconhece-a... às vezes.
A relha do arado não foi feita para o compromisso.
Que destruir quando finalmente tiveres destruído o que querias destruir? A barragem do teu próprio conhecimento.
Num país de planícies, tráfico de colinas. É a regra.
- Henri Michaux(tradução de Cristina Fernandes)
in Poteaux d'angle
sábado, março 16, 2013
Separador:
poesia de fora
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário