quinta-feira, fevereiro 28, 2013

Os trabalhos do amor


Traz um verso esmagado entre o desejo
e a fragilidade frondosa dos ramos,
os caracteres sazonais do belo.
Não inventa o abrigo, mas a amada

e trai qualquer regra de amor,
sabe onde encontrar a pele desse nome.

Apoia-se sobre a caneta, descansa.
Tenta desenvencilhar-se desta carga de trabalhos,
compreender o que lhe pertence.
Que a mulher o ajude só no que não quer.

- Paulo José Miranda
in A voz que nos trai, Cotovia

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