sábado, setembro 15, 2012

(...)

Uns olhos ardentes, certa vez, olharam esta terra
e descobriram origens diversas nas coisas,
e notaram que eram enlaçados por espíritos opostos
para que houvesse mudança, e explicar assim a vida.
Esta tarde, com os olhos profundos, descobri a intimidade do mundo:
só com aquele princípio, o que albergava o peito,
estendi o olhar sobre o vale;
mas para existir o universo pede o ódio e a dor,
pois ao olhar o movimento criado das coisas
vi que, num momento, se extinguiam,
e nas coisas o homem.

(...)

- Francisco Brines
(tradução de José Bento)

Sem comentários: