Certamente o assombro não se acaba nunca,
não faz sentido dizer que ficou todo na infância.
Em qualquer lugar há um rosto belo,
um animal que procura a nossa mão,
um vagabundo que fala sozinho
(ou com um deus piedoso que se lembra dos homens).
É uma questão de nos esquecermos um pouco de nós mesmos,
abandonar os espelhos e as estórias íntimas
em que sempre somos as suas vítimas taciturnas.
Assim, um dia qualquer um homem aproximar-se-á
e havemos de o confundir com uma festa.
- Nestor Mux
in Nueva poesía argentina, Hiperión
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