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Na borda do tanque um pássaroapressa-se a derramar o seu idioma;
roça as flores, sofre com esse aroma
a leveza de ser substância pura.
Inclina-se a flor na amargura
de ser apenas o reflexo a que se assoma:
água, por fim, que do tanque toma
simplesmente a solidão da água escura.
Em negras transparências e humidades
por sons e sombras desenhadas
brilha a luz de um pássaro no seu voo;
luz que na tarde rompe as verdades
da flor na água reflectida
ao desfazer a sua imagem e o céu.
- Diego Jesús Jiménez
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