Enforcaram-me o pai – primeira parte.
E veio a mãe do campo de concentração
Passou-me a mão pelo Eu, mas eu já não
Estava lá, deambulava por paixões
Desmoronaram-se as escolas, fortalezas
Da vida. E os ventos de rebeliões
Nasceram delas, e ondas de fraquezas
E fui cair entre os filhos do Homem
Depressa tive sonhos avermelhados
Beijos de camaradas com palavras de ordem.
Vão até à infância as sombras de futuro
Das árvores de Marx e Lenine, toldando-me o presente:
Hoje fumo e faço filhos com as pedras ancestrais.
- Robert Schindel
(tradução de João Barrento)
in Telhados de Vidro, n.º11, Averno
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