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Dizes-me que escrever é sempre um desejo de eternidade. A velocidade da tua certeza, esse sempre manejado como pluma, faz-me sorrir (só os jovens, de facto, podem ser deuses, têm de morrer depois para prosseguir). Ainda assim respondo-te: talvez, mas não é assim que o sinto. Escrever é para mim um desejo de viver mais agora. Uma fúria, uma fome, um fósforo, uma gasolina. Quanto à eternidade, temos as contas acertadas: nada me deve, nem eu a ela. Quites, como se diz.
- Jorge Roque
in Canção da Vida, Averno
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