Nas sobrancelhas, vinho na garganta do meu pássaro e porque
Um mais um são dois, como duas armas, duas mulheres,
Duas pedras brancas sobre a cabeça de cada homem avisado,
Porque não houve nenhuma ferida deste lado do rio,
Houve pontes, ervas medicinais e paz, e porque
Eu beijei a terra doce com os meus grossos lábios neolíticos,
Porque eu tirei do inferno a minha flauta e toquei-a
À minha maneira, assustando nuvens e corvos, porque
Semeei a minha sombra no sol, e porque
Tinha lume na minha lança, centeio no cabelo, fios de cinza
Em igrejas, em tempos, em sepulturas, porque eu tinha sangue
E a minha flauta de folhas falava, eles amaldiçoaram-me.
- Azem Shkreli
(tradução de Luís Filipe Parrado)
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