És exclusivo,
de ninguém subtraíste
tua lassa
individualidade.
Reservaste a posse
do terreno morno.
Para o teu olho de elástico,
conjugaram pássaros.
Hóspede sempre
carregas à margem
um colecionar de tempo.
II
Um homem o afaga.
Insubmisso gato, marginal
receptáculo de carícias,
que só te foram endereçadas
em transferência, equívoco
de ociosa ternura.
III
Emancipado dono de teu dono,
Gato, sinuoso ritmo,
independentes de públicos,
passeias teu ballet de descanso.
- Dulce G. Carneiro
in A Nova Poesia Brasileira, Escritório de Propaganda e Expansão Comercial do Brasil em Lisboa, 1960
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