aqueles anos de estudante em Cádiz,
quando frequentavas zonas
de má fama, os bares mais inóspitos.
Nessa altura era comum dar contigo
nas últimas sessões de cinema,
debaixo de qualquer arcada ou no banco
traseiro de algum carro abandonado.
E lembro-me sobretudo de ti
momentos antes da festa começar,
de pé, tão morena, preparando
inexplicáveis cocktails, martinis...
Os meus amigos conheciam já o turvo,
inextinguível fogo dos teus lábios
e eu não soube falar-te ou não o fiz
aguardando, quem sabe, melhor oportunidade.
Agora arrependo-me, Julia Reis,
terno amor desconsolado, fácil presa
dos barcos perdidos pela noite.
- José Mateos
in Reunión
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