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Num tempo como o nosso, em que a mediatização adquiriu já uma dimensão totalitária e parece assentar em alicerces mentais, na interiorização colectiva duma necessidade natural e absoluta, a reflexão sobre o fim da poesia, isto é, da poesia como separação institucionalizada, é um elemento íntimo da crítica do mundo, no sentido da superação que tem de invocar-se como exigência de libertação. O vasto e difuso conformismo actual reside também na aceitação pacífica das formas de que se tem dotado, fortalecendo-se, a comunicação unilateral – que tem como modelo, sempre, a comunicação estatal.
- Júlio Henriques
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