sábado, fevereiro 18, 2012

A infelicidade do poeta

Respirar olhar ouvir dormir
Que vulgar é tudo isto!
Não pode pensar-se que o poeta
será feliz com prazeres imediatos
No lugar mais elevado ele põe
o mundo da vital sensualidade
A imaginação e os sentidos
A fantasia e a emoção
De paixões se nutre e morre
De veemência atroz e gritos
Só a experiência lhe interessa
Com a sua riqueza íntima o desejo
Os valores da insatisfação
A imediatez o arrebatamento
A felicidade não lhe interessa

- Carlos Edmundo de Ory
in Metanoia, Visor

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