domingo, fevereiro 05, 2012

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Com a lua no crescente, o braço baldeia
sob a cal de quatro folhas rente ao molhe.
A primeira sopra a candeia dos mortos,
a segunda retém o sopro das celas,

outras duas sopradas: veias de vidro.
Vaga no recreio a cabeça que resta
do caderno diurno, os seios que ressumam
na cortina em áceres de exacto recorte,

lâmina que o doido arruma no passeio
onde estribos insuspeitos se evaporam.
Não demora: com leques de terra lassa,
fita rota, as crianças perdem lastro

Assolando a ventania dos telhados,
a barca empola no veludo, mas bolina

- luis manuel gaspar

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