enchem de ossos a noite
o céu desce às minhas mãos
e todo o jardim é um hino
Acostumei-me à benevolência
com um gosto que me ficou na boca
A fome que tenho de fome
enche-me de pó as têmporas
Cada minuto em que adoro
algo nos ares da distância
saem do meu interior lágrimas
que nenhum olho conhecem
Estou a dizer-me a mim mesmo
não penses pensa não penses
E nas linhas de uma mão
esta noite leio a minha vida
- Carlos Edmundo de Ory
in Metanoia, Visor
Sem comentários:
Enviar um comentário