terça-feira, janeiro 31, 2012

Forês 2008

Em miúdo passava sozinho muito tempo.
A vida devolve-me a esse lugar
onde sem pressas posso, como os pássaros,
sentir que a distância está nos olhos.
Por fim a solidão, que partilha comigo
uma mulher, maior, enamorada
na sua noite, onde também não há mais ninguém.
Os jornais, sobre a poltrona,
são como um animal de companhia
que jaz, indiferente, dormitando.
A solidão é uma geografia.
Não comemora nada.

- Joan Margarit
in Misteriosamente feliz, Visor

Sem comentários: