quarta-feira, janeiro 11, 2012


DESEJADA


Era a sua vez. Cuidadosamente
dobrou a gabardina sobre o braço.
Puxou o cabelo para trás, e o seu olhar
cruzou-se com o meu. Com os olhos
devolvi-lhe a calma. Ia-se embora,
mas voltaria, e tudo aquilo
terminaria bem. Fechou a porta.
Eu fiquei sentado, acariciando
tremulamente a sua roupa interior verde.

- Luis Alberto de Cuenca
in Poesía (1979-1996), Visor

Sem comentários: