tíbia, agitada, leve cai a chuva,
só para si só.
Íntima bailarina pela noite,
misteriosa, enlouquecida,
acolá chora, voa, sustém aqui o riso,
resmoneia caprichosa, suspende-se,
brincalhona, inquietante,
chega e parte, cala-se, regressa de longe
com sorridas lágrimas,
intenta dizer algo que em suspiro morre.
E escapando-se entre sussurros
e vozes de sereia,
deixa no ar um mórbido perfume
de amor defunto em memória lancinante,
e na alma o errático, incurável,
secreto amor de todas as derivas...
- Tomás Segovia
(tradução de J. E. Simões)
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