que inclinam para a terra as suas cabeças escuras.
São campos de palavras que conservam,
empapados de chuva,
os abatidos pássaros do futuro.
No rosto do tempo permanece
um sorriso de agradecimento.
De pé junto à janela
está um velho despido: olha os girassóis
e sente o frio do copo
onde, com um rumor de bateria,
a chuva golpeou a noite inteira.
Também sorri: não deseja nada
porque, com a manhã, também morre o passado.
É mais um entre os girassóis
que inclinam para a terra as suas cabeças escuras.
- Joan Margarit
in Misteriosamente feliz, Visor
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