– pessoas, paisagens, comboios, noites, dias –,
mas dará nome àquilo que se foi
e haverá menos silêncio nas tuas mãos vazias.
Não serás mais feliz por estares com ela,
se calhar mesmo nada quase sempre,
mas não deixará, como o irmão bom,
de te murmurar cúmplice que se aprende com a dor.
Não te defenderá de quem te humilhar,
não apagará a sombra das dúvidas,
estará apenas ali, com a sua parca presença,
pondo letra em cada música triste.
Quem sabe se vais preferir não ter
nada a ver com essa forma rara
que te ensinou o teu pai de não dizer as coisas
ou de dizer as coisas com muito poucas palavras.
- Ángel Mendoza
(tradução de Inês Dias)
in criatura n.º6
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