domingo, dezembro 04, 2011

-
para o Olímpio

Quem dá o sinal que desperta e convoca
o clamor das tégminas? Um laivo opaco?
ou a nuvem aturdida de ferrugem?
Quem se atira sobre a sebe sussurrada

e morde o escuro? quem nos sai ao caminho?
Barcos vogam em pedaços contra as montras
pondo marcas de água no pó das ombreiras,
muros assombrados de papel impresso…

Era isto? Um passo mais lento, o segredo
do espelho tingido que oferece outra luz
ao ar que reflecte, cai, e face a face,

com uma pedra remendada no poço,
fora da tenda, dos armários tão frios,
o funâmbulo dorme no arame: e sonha

- luis manuel gaspar

Sem comentários: