uma nostalgia da infância em noites
em que te sentes velho, uma nostalgia
que sobe à tua garganta como o agre
sabor do vinho nas ressacas mais duras.
A pátria é um estado: mas de ânimo.
Uma estufa de antigas paixões.
A pátria é a família: esse lugar
em que aos domingos há paella.
Uma pátria é a língua em que sonhas.
E o pátio do colégio onde um dia
debaixo da lâmina de um céu escuro
decidiste escapulir-te pela primeira vez.
A minha pátria está no corpo da Patrícia:
o meu hino é o seu gemido, a minha bandeira
a sua nudez de doce da noite
às oito da manhã. A seguir ao duche,
a minha pátria vai pró trabalho, eu exilo-me.
- Juan Bonilla
in 10 menos 30, Pre-Textos
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