cintila um momento, como um comprimido que flutua
e se dissolve num copo de escuridão. As paredes do hotel
elevam-se qual cenário para o céu nocturno.
O teatro do amor terminou, agora dormem.
Mas os seus sonhos vão encontrar-se
e misturar-se um no outro
como desenhos infantis em páginas molhadas.
Está tudo escuro e calado.
Mas a cidade aproxima-se, escurecendo as janelas.
As casas aproximam-se,
uma atenta plateia de rostos apagados.
- Tomas Tranströmer
[versão de Pedro Mexia, a partir de uma versão portuguesa de Teresa Salema (1987) e de versões inglesas de Robin Fulton (1997) e Robin Robertson (2006)]
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