terça-feira, setembro 13, 2011

O comunista de teatro

Um jacinto na lapela
Na Kurfürstendamm
O jovem sente
O vazio do mundo.
Na retrete
Parece-lhe bem claro: ele
Caga para o vazio.

Cansado do trabalho
Do seu pai
Mancha os cafés,
Sorri perigosamente
Por trás dos jornais.
É ele quem
Há-de esmagar este mundo
Como um montão de bosta.

Por 3.000 Marcos por mês
Está pronto
A encenar a miséria das massas,
Por 100 Marcos por dia
Mostra ele
A injustiça do mundo.

- Bertolt Brecht
(tradução de Paulo Quintela)
in Poemas, Asa

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