O que torna o passado uma morada de reconhecimento é a sua natureza extensiva. Alongado, esticado até ao limite, um habitante do reverso da pele, um vulto desaparecendo na janela. Pegar numa folha de papel, dobrar, vincar com as unhas, esmagar imagem contra imagem. Qual a original, qual a cópia? Guardar a folha num casaco que nos foi roubado. Perder tudo. Recordar a imagem da imagem. Regressar ao espaço imaginando-o tempo.
- Sérgio Lavos
(post retirado daqui)
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