terça-feira, agosto 02, 2011

O erro arrogante

Era uma vez um erro
Tão pequeno tão ridículo
Que ninguém o teria notado

Mas nem ele mesmo
Queria ver-se ouvir-se
Inventou de tudo
Só para provar
Que a rigor não existia

Inventou o espaço
No qual expor as suas provas
E o tempo que guardasse as suas provas
E o mundo para ver as suas provas

Tudo o que inventou
Não era nem tão ridículo
Nem tão pequeno
Mas era é claro errado

Poderia ter sido diferente

- Vasko Popa
(tradução de Nelson Ascher)
in Poesia Alheia, Editora Imago

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