sexta-feira, agosto 26, 2011

Espelho de Outubro

os nervos rangem docemente no crepúsculo
que flui pardo e doce pela janela
as flores vermelhas magoam docemente no crepúsculo
e canta a lâmpada solitária ao canto

o silêncio bebe a chuva calma de outono
que à colheita não traz mais nada
as mãos juntas aquecem-se
os olhos fixos embaciam-se nas brasas

- Gunnar Ekelöf
(tradução de Vasco Graça Moura)
in Antologia Poética, Quetzal

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