quarta-feira, julho 20, 2011

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Falo para ti à escuta.
Os passos não me levam e levam estes pés.
As palavras criam-me, não escutes
mais que este rosto sonoro.
Como se a água de um tanque
mostrasse musgos, folhas podres, rãs,
corpos que surgem dentro da casa. Não os vejas.
Entre ruídos e minuciosos sinais
à sombra do meu olhar
escuta-me ainda que oiças restos.

- Joaquim Manuel Magalhães
in Vestígios, Centelha

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