Aqui estou eu de volta
ao meu quarto de Iowa City
Engulo aos sorvos o meu prato de sopa Campbell
frente ao televisor apagado
O ecrã reflecte a imagem
da colher engalfinhada na minha boca
E sou um outdoor de mim mesmo
que anuncia nada
_____________a ninguém.
NUMA ESTAÇÃO DE METRO
Desventurados os que enxergaram
uma rapariga no metro
e se enamoraram de rajada
seguindo-a enlouquecidos
enquanto a perdiam
para sempre entre a multidão.
Porque eles estarão condenados
a vagar sem rumo entre as estações
e a lacrimejar nos refrões das canções de amor
que os músicos ambulantes trauteiam nos túneis
E talvez o amor não seja mais que isso
uma mulher ou um homem descendo de um carro
para uma estação de metro e que resplandece uns segundos
antes de se perder na noite sem nome.
- Óscar Hahn
(traduções de António Cabrita)
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