segunda-feira, maio 16, 2011

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A madrugada encontra-nos tarde
no silêncio duma água sem gás,
com vista para uma praça em Viena.
O turismo sentimental dá mais uma página,
e - no lugar onde qualquer vendedor ambulante comprava por 13 shillings
o amor eterno das viscondessas -
com esse rigor sábio das alegorias de Dante,
a morte começa a ter nomes,
Joana, Maria, Louise.
Qualquer coisa vale:
quero gravar-te no espelho retrovisor
como um encontro entre Tiepolo e a primavera de Vivaldi.
Dizes que não importa, porque é sempre o mesmo.

Pára de chover e decidimos ir embora.
Há tantos sítios,
tantos sítios para onde podemos ir,
e nenhum onde ficar.

- Golgona Anghel
(inédito)

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