e um amor que se foi, ao amanhecer,
e nos deixou a luz feita em pedaços.
Um pai e uma mãe que se esgotam,
uma foto em Lisboa, um cão tonto,
dois ou três livros, quatro ou cinco quadros.
Todos temos uma rua escura,
uma avenida que nos reconhece,
uma árvore velha e um antigo pátio.
E a certeza de que tanto é nada,
a desgraça de ser o que perdemos,
a sorte de viver para contá-lo.
- Ángel Mendoza
(tradução de Inês Dias)
in Cercanías, 2002
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