e um aristocrata até ao ponto de odiar as pessoas néscias e possessivas.
Amo o sol em qualquer homem
quando o vejo na sua fronte
límpido e sem temor, mesmo que seja pequeno.
Mas quando vejo aqueles homens cinzentos e bem sucedidos
tão hediondos e semelhantes a cadáveres, totalmente sem sol,
como escravos gordos e bem sucedidos, meneando-se mecanicamente,
então sou mais que radical e quero servir-me da guilhotina.
E quando vejo os homens que trabalham
pálidos e miseráveis como insectos, apressados
e vivendo como piolhos, com pouco dinheiro
e sem nunca prosperar,
então desejo, como Tibério, que a multidão tivesse apenas uma cabeça
para que eu a pudesse decepar.
Sinto que as pessoas para quem o sol não existe
não deviam viver.
- D.H. Lawrence
(tradução de Maria de Lourdes Guimarães)
in Os animais evangélicos e outros poemas, Relógio D'Água
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