segunda-feira, março 07, 2011

Louvor de Luís Manuel Gaspar

Há um príncipe que desenha letras, chaves,
principalmente turbulentos ventos,
cobras e lagartos em encostas suaves
batidas pelo som de muitos pássaros

Há um príncipe, sim, alguém de sangue
misturado com tinta, vinho d'arco-íris,
que abre as veias cada vez que sente
sede de dar a beber às águas grandes

Encantador d'imagens muito lentas
em ilhas apressadas no exílio
d'armários com brinquedos e sebentas

meticuloso até ao calafrio
a pontuar as biografias brancas
na revisão das provas de ser rio

- António Barahona
in O sentido da vida é só cantar, Assírio & Alvim

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