Onde a poesia se exibe como um espectáculo espectacular
não é poesia
onde a audácia do poema não é única
não é poesia
onde a poesia não é inocência de natureza fluvial
não é poesia
onde a poesia não é escandalosamente pura
não é poesia
onde a poesia não é filha do deserto nem da sede
não é poesia
onde a poesia não é presença viva que nasce da solidão e da ausência
não é poesia
onde a poesia não se oferece no seu abandono
não é poesia
onde a poesia não é poesia
não é poesia
(Poema publicado inicialmente no livro O sol é todo o espaço, de 2002, e incluído na antologia O poeta na rua, selecção e prefácio de Ana Paula Coutinho Mendes, Quasi, 2ª edição, Famalicão, 2005, p. 83).
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