lendo filosofia
às sete horas desse dia
faz anos.
Reconheço-me
nesta sombra passada;
estudante
interrogando o nada
com o tempo pela frente.
Uns móveis, um espelho
-seu reflexo-,
e num vaso
há uma flor sem aroma
frente a uma cama desfeita.
Lá fora, a tarde assoma
por uma janela estreita:
a realidade e o desejo.
E tudo é, segundo leio,
como uma cópia mal feita.
Este sou eu a esconder-me
da vida
com o olhar perdido.
Este sou eu como um livro,
enfrascado,
despistado,
sem saber por onde vou.
Este sou eu
ou aquele que pensa em quem sou?
- José Mateos
in Días en claro, Pre-textos
Sem comentários:
Enviar um comentário