sexta-feira, janeiro 21, 2011

-
Deixai-me os canteiros de flores brutais,
as cores de fogo enquanto se medita e canta,
paixões de anos volvidos,
como Marieta, esse doido amor de Varecruz.

Cielito Lindo, demais cantinas,
puras, copiosas fontes do entardecer,
nocturnos que perduram no homem,
suas chamas e sede, seu olvido.

Tequila, Mezcal,
cactos ardentes cujo rumor cresce à deriva, de
dentro,
profundamente,
comovida embriaguez errante, estrangeira –

mãe,
nossa mãe antiga,
vela por nós que bêbados vamos pelo mundo,
alumia a ampla estrada e o abismo,
deixa-me o México que penso e bebo.

- José Agostinho Baptista
in Autoretrato, Assírio & Alvim

Sem comentários: