lhe tivessem custado algum dia mais de cem paus.
Ele nunca desarregaçou as mangas.
Tinha gostos simples: cada camisa que comprava
era uma réplica da anterior.
Usava fatos simples de xadrês escuro,
e no bolso de cima
– que nunca um lencinho adornou –
trazia uma fila
de canetas, lápis e chaves-de-fendas
em vez dele.
Não era, então, um homem à moda,
nem tinha nada que ver com a elegância.
É pois estranho pensar
que o gato-pingado lhe vestiu
o que minha irmã descreveu
como «uma bela camisa de seda
com rendas no peitilho».
- Allan Burgis
(tradução de Manuel Seabra)
in Antologia da Poesia Britânica Contemporânea, Livros Horizonte
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