Tive a coragem de olhar para trás
Os cadáveres dos meus dias
Assinalam o caminho que fiz e confesso que os choro
Uns apodrecem em igrejas de Itália
Ou então em pequenos vergéis de limoeiros
Que florescem e frutificam em simultâneo e
Em todas as estações
Houve outros que choraram antes de morrer em tabernas
Onde ardentes ramos de flores rolavam
Nos olhos de uma mulata que inventava a poesia
E as rosas da electricidade ainda agora se abrem
No jardim da minha memória
- Guillaume Apollinaire
(tradução de Maria Gabriela Llansol)
in Mais Novembro do que Setembro, Relógio D'Água
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