A vida é um simples murmúrio.
Foi ter tocado na brasa que se acendia no molhe
Onde os barcos atracavam e os rostos acendiam farois
Nesse tempo novo
Em que olhar deitava vistas a uma cama
E às veredas verdejantes de pinhais deitados na nortada.
A vida. Tanto e tão pouco
Dessa água onde nasço e posso morrer
Em cada dia.
Tão simples ter sentido a brisa cortando a face
E as sombras de cada manhã
Dessa antiga madrugada.
O pão novo. Esse sol.
O carroceiro caminha só. Leva o cão numa trela
E roupa de estampar
Como a dos pescadores, que se afoitam
No canhão da Nazaré e no nevoeiro
De Dom Fuas
E
Talvez seja um pouco tarde.
Vou dormir,
Antes que a mulher do pescador
Acorde e olhe o mar, a praia, essa ideia de tempo,
Um rosário, a Igreja onde casou com esse homem
Que é do mar.
E é tudo. Boa noite. Não acordem.
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