rebanhos mudos, verde morto,
quero ser margem, ser baía,
de belos barcos ser um porto.
A minha praia quer sentir-se
pisada a vivo com pés quentes;
queixa-se a fonte a oferecer-se,
quer refrescar sedes ardentes.
E tudo quer a sangue estranho
subir, ir afogar-se a esmo,
até um outro ardor de vida,
nada ficar quer em si mesmo.
- Gottfried Benn
(tradução de Vasco Graça Moura)
in 50 poemas, Relógio D'Água
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