e trémulo, e de oiro,
mas uma espiga nunca
brotará do meu verso
como brota de um sulco.
Posso escrever pintassilgo
e trino, mas nunca
soará nos meus poemas
canto algum.
As nossas palavras nunca
cativarão as coisas.
Acercar-se-ão delas,
hão-de rodeá-las
como uma débil brisa...
tornando vazias.
Com um perfume talvez,
com um eco, com uma
memória esvaída...;
mas as coisas sempre
hão-de pertencer
ao seu mundo
e as palavras nunca
serão mais que palavras.
- Miguel D'Ors
in El misterio de la felicidad (antologia)
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