Mais valia estar ao leme desse barco
Em vez de ser um marinheiro desembarcado
De t shirt às riscas
E com forma estranha de caminhar perante o mundo.
Mais valia ser o marinheiro
Que ia sempre em aventura.
O homem de rosto severo
Simultaneamente
Jovem e velho
E bom e mau
Nas lides da pesca
E das redes
Que têm muitos anos de força
No arraste das sardinhas.
Mais valia ter optado por qualquer fanatismo
Como, por exemplo, gostar fixamente de alguém
E não em semáforo
Que avisa o velho
A mulher de chinelos
E a puta que o pariu.
Mais valia não ter escrito nada
E ter sido um homem
Com obra feita
Como um semáforo intermitente
Por onde a vida desliza
Em pequenas decisões:
Agora eu,
Depois a sombra dos chinelos,
Alternadamente,
Como a porta giratória do Centro Comercial
Que aguarda a passagem
Do resultado dos semáforos
Arrastados em corredor e
Perfilados neste coro em
Mais valia.
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