sexta-feira, agosto 06, 2010

-
É dia ainda no terraço.
Sinto uma alegria nova:
se mergulhasse a mão na tarde
poderia espalhar, em cada viela,
oiro do meu silêncio.

Estou agora tão longe do mundo!
Com seu brilho da tarde, orlo
a minha solidão grave.

É como se alguém viesse
devagar roubar-me o nome
tão manso, que nem vergonha
sinto, e sei: já o não preciso.

- Rainer Maria Rilke
(tradução de Paulo Quintela)
in Poemas, Asa

Sem comentários: