segunda-feira, julho 05, 2010

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Há à minha volta uma verdade que se desenrola e que tem a ver com o erro, com a ignorância e com a pequena certeza da minha época. Eu vivo do erro dessas verdades, vivo dos seus limites – esclareço-o, ignoro-o, desenvolvo-o adentro do meu tempo, torno-o na minha subjectividade. O que quer dizer: ilimito-me. E cada vez estou mais certo da sua e da minha condição histórica, que posso enunciar deste modo: os meus versos sabem coisas que eu ignoro.

- João Miguel Fernandes Jorge
in Obra Poética - Volume 4 (excerto
da nota final), Editorial Presença

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