quinta-feira, junho 03, 2010

Do outro lado, o Nilo

Que grande ideia essa - do outro lado o Nilo.
Alguém que possa pegar neste título?
É bem sugestivo de um pequeno crime
que se possa cometer longe de casa.
Lá vai o detective investigar as madames insuspeitas
de um romance barato
que mudam de roupa antes da refeição,
que jogam canasta,
dizendo não terem dado pela sua presença no jantar.
São as madames insuspeitas de um romance que têm alimentado a literatura de suspense, ou seja,
nunca se vê a roupa interior a secar nos navios.
Esperamos,
todavia, por esses momentos de senhoras despidas
de preconceitos a perguntarem às criadas
se devem vestir de azul ou preto e qual a cor que condiz com o acinzentado dos rostos masculinos.
E eu nunca fiz essas viagens, mas segui sempre a estibordo.
É nesses navios que o crime é cometido.
A senhora abre a carteira,
procura a pistola
e lá se vão os tempos passados nos colégios internos
com as freiras a carregarem sempre no mais pequeno,
digo,
no mais piqueno deslize.
A madame carrega no gatilho e lá se vão as férias na Suíça
a decorar a canasta das senhoras que vivem nos cantões.
Lá, lá, lá...a senhora demorou algum tempo com esta cantilena.

Do outro lado, o Nilo.

Parece bem.

Vou disparar.

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