quarta-feira, maio 19, 2010

Quanto puderes

Se não podes fazer da vida o que tu queres,
tenta ao menos isto,
quanto puderes:
não a disperses em mundanas cortesias,
em vã conversa, fúteis correrias.

Não a tornes banal à força de exibida,
e de mostrada muito em toda a parte
e a muita gente,
no vácuo dia-a-dia que é o deles
– até que seja em ti uma visita incómoda.

- Constantino Cavafy
(tradução de Jorge de Sena)
in 90 e mais quatro poemas, Asa

1 comentário:

João A. Quadrado disse...

[imperativos diurnos esquecidos dentro do relógio interior do nosso tempo]

um imenso abraço,

Leonardo B.

* ... Jorge de Sena, o quão bem soa!