com uma abelha que batia nos vidros.
Bina descalçou os tamancos e caminha
descalça atrás da sua cabra.
O sol enfia-se pelo buraco
da agulha que Filomena tem na mão.
Pinela o camponês disse basta
e sepultou a enxada sob a terra.
Também meu irmão deixou de trabalhar
mas volta e meia levanta-se
porque pensa ouvir lá longe o som do telégrafo.
Uma erva nova resolveu aparecer
debaixo da crosta do pátio
para me fazer sentir mais velho.
Mas eu esmaguei-a
como se fosse uma barata em casa.
- Tonino Guerra
(tradução de Mário Rui de Oliveira)
in O Mel, Assírio & Alvim
1 comentário:
Uma escrita incontornável, não é ?
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