quinta-feira, abril 22, 2010

Demiana – de seu nome – era uma mulher de barba invejável. Ao passar na sua carroça com o seu marido (seria homem sexual, como se diz na aldeia) deixava um rasto de coentros e salsa. Vendia no mercado. Era ela que mandava na burra e na venda da fruta e fazia frente às clientes mais exigentes. Quando chamava querida à dona Emília, esta abanava em trovão com receio da aproximação da imponente barbaça – dê cá um beijinho, querida.
A Demiana já morreu (que Deus a tenha e não o arranhe) e o seu marido também (que Deus lhe perdoe os pecados, agora que poderia ter um casamento à sua altura).

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