terça-feira, abril 20, 2010

Ampulheta

E o tempo conheceu a sua estatuária.

O trilho visível e medido no ar
em que os segundos se derramam
– sem símbolo de pausa nem desvio de curso –
de um céu suportado por colunas.

As horas afluem inatas, articuladas,
sem instante inaugural nem fim à vista,
como se lenta florisse a flor da farinha
sem cheiro a meio desta globulária de vidro.

O tempo casou-se com o mundo nesta imagem.

- Paulo Teixeira
in Orbe, Editorial Caminho

Sem comentários: