segunda-feira, março 29, 2010

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em noites encosto o ouvido ao coração dos mapas
e só eu sei que homero era cego

(digo) como o sangue circula entre as pedras
como alguém me coloca o fogo pela cintura
e me interrompe os olhos com paisagens

ah alecto dialecto sombrio incrustado
às raízes do chão

entre braços

nunca pronuncio o meu verdadeiro nome

não há nada que eu sinta nas casas

são as filhas da noite
que constroem paisagens
como se fossem barcos
que navegam o vento em gotas de sangue
são as filhas da noite que trazem os alimentos
mais vorazes
depois sentam-me nas casas
e falam-me de anjos e de flores

e não há nada que eu sinta nas casas

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