A fermosura desta fresca serra,
e a sombra dos verdes castanheiros,
o manso caminhar destes ribeiros,
donde toda a tristeza se desterra;
o rouco som do mar, a estranha terra,
o esconder do sol pelos outeiros,
o recolher dos gados derradeiros,
das nuvens pelo ar a branda guerra;
enfim, tudo o que a rara natureza
com tanta variedade nos ofrece,
me está (se não te vejo) magoando.
Sem ti, tudo m' enoja e m' avorrece;
sem ti, perpètuamente estou passando
nas mores alegrias, mor tristeza.
Mas de D. Manuel de Portugal (Évora, 1520? - Lisboa, 1606), na página 378 da mesma antologia, já tínhamos encontrado este
Soneto de dom Manoel de Portugal
A fermosura desta fresca serra
e a sombra dos verdes castanheiros,
o manso caminhar destes ribeiros,
donde toda a tristeza se desterra,
o rouco som do mar, a estranha terra,
o esconder do sol polos outeiros,
o recolher dos gados derradeiros,
das nuvens polo ar a branda guerra;
e, enfim, tudo o que a rara natureza
com tanta variedade nos ofrece
me está (se não te vejo) magoando.
Sem ti tudo m'anoja e m'avorrece,
sem ti perpetuamente estou passando
nas mores alegrias, mor tristeza.
Quanto a "Camões dirige-se aos seus contemporâneos", o poema de Jorge de Sena, vem muito depois, nas páginas 1339 e 1340. Agora vá se lá saber quem roubou a quem...
(Referência bibliográfica: Poemas Portugueses - Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI, selecção, organização, introdução e notas de Jorge Reis-Sá e Rui Lage; prefácio da Vasco Graça Moura; Porto Editora, Porto, 2009).
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